quinta-feira, 26 de julho de 2012

Dois retratos para Dorian Gray

  Nem sempre assistir um filme baseado em um clássico da literatura vai te ajudar em um resumo. Nem sempre adaptações representam fielmente a obra de referência. Nesse sentido o enredo original pode ser expandido, ganhar novos personagens, perder algumas passagens ou até maior parte da obra (em caso de reinvenção). Um exmplo é o caso do clássico O retrato de Dorian Gray de Oscar Wilde, fora adaptado por Oliver Parker.
Em 112 minutos de filme, fiz análise de alguns pontos e permita caro leitor expresá-los neste post.

Qualquer semelhança de alguns aspectos do filme com os da série crepusculo são mera referência: Ben Barnes, ator galã (um quê de Robert Pattinson) que fazendo caras e bocas tenta ´dar expressão a um Dorian atormentado. Também a utilização desnecessária  de sangue em algumas partes do filme. Nada contra utilizar elementos atuais, para adaptação contanto que mantenha o enredo original da obra, dando inclusive uma vida nova ao clássico e uma aproximação a um novo público.

Olhos do demônio: Na obra original, fausto foi apenas uma recorrência utilizada por Wilde, às margens para expressar o desejo que Dorian tinha de ficar para sempre jovem, Parker ressalta o caráter diabólico na má influência rondando o personagem e  sobretudo ao final do filme e que o retrato do jovem se transforma em um demônio. Além do sobrenatural, da grande mansão sombria, do sotão da tortura, e dorian morrendo nas chamas em um  incêndio (Oh, perdões contei o final do filme! Como prêmio de consolação leia o livro)

In a hopeless place: caro leitor não estou viajando! mas algo naquele bacanal que me lembra a cenas de loucura e desregramento do clipe de Rihanna (We Found Love) talvez a sobreposição das cenas com drogas, sexo e tambores africanos. Sensualizou demais, explicitou a homossexualidade e  a prostituição apenas sugeridos no livro.

Maximize, minimize: Sibyl Vane fora minimizada, a "maldade" de lorde Henry fora ampliada, Basil fora esquartejado posto em um baú e jogado no rio (Tanto trabalho!)

Creio que a real mensagem de como a estética influência a moral, e também como as influências positivas e negativas agem e determinam a moral não foram abordadas. Ao que me parece faltou algo, sim faltou o retrato único de Dorian Gray pintado por Wilde. O que ficou em decepcionantes 112 minutos de filme foram dois retratos discrepantes de um magnifico clássico!

" Existem adaptações boas e ruins, Eis tudo."




Recomendo: O Retrato de Dorian Gray (Edição Bilingue)
                     Oscar Wilde - Editora Landmark - 240 págs

                    
                    

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