Em 112 minutos de filme, fiz análise de alguns pontos e permita caro leitor expresá-los neste post.
Qualquer semelhança de alguns aspectos do filme com os da série crepusculo são mera referência: Ben Barnes, ator galã (um quê de Robert Pattinson) que fazendo caras e bocas tenta ´dar expressão a um Dorian atormentado. Também a utilização desnecessária de sangue em algumas partes do filme. Nada contra utilizar elementos atuais, para adaptação contanto que mantenha o enredo original da obra, dando inclusive uma vida nova ao clássico e uma aproximação a um novo público.
Olhos do demônio: Na obra original, fausto foi apenas uma recorrência utilizada por Wilde, às margens para expressar o desejo que Dorian tinha de ficar para sempre jovem, Parker ressalta o caráter diabólico na má influência rondando o personagem e sobretudo ao final do filme e que o retrato do jovem se transforma em um demônio. Além do sobrenatural, da grande mansão sombria, do sotão da tortura, e dorian morrendo nas chamas em um incêndio (Oh, perdões contei o final do filme! Como prêmio de consolação leia o livro)
In a hopeless place: caro leitor não estou viajando! mas algo naquele bacanal que me lembra a cenas de loucura e desregramento do clipe de Rihanna (We Found Love) talvez a sobreposição das cenas com drogas, sexo e tambores africanos. Sensualizou demais, explicitou a homossexualidade e a prostituição apenas sugeridos no livro.
Maximize, minimize: Sibyl Vane fora minimizada, a "maldade" de lorde Henry fora ampliada, Basil fora esquartejado posto em um baú e jogado no rio (Tanto trabalho!)
Creio que a real mensagem de como a estética influência a moral, e também como as influências positivas e negativas agem e determinam a moral não foram abordadas. Ao que me parece faltou algo, sim faltou o retrato único de Dorian Gray pintado por Wilde. O que ficou em decepcionantes 112 minutos de filme foram dois retratos discrepantes de um magnifico clássico!
" Existem adaptações boas e ruins, Eis tudo."
Recomendo: O Retrato de Dorian Gray (Edição Bilingue)
Oscar Wilde - Editora Landmark - 240 págs
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