terça-feira, 11 de setembro de 2012

Cocoon


 
 
Eis que a timidez prestes a soprar suas ideias, é bruscamente interrompida pela rebeldia ...
 
- Vamos, vamos mudar sim!Não podemos ser eternamente covarde e fazer deste infeliz um desvalido, pisado e maltratado pelos outros! E vamos começar pela aparência!
- Mas..
- Ainda não terminei! Certo! Sei que nem todo mundo vai aprovar. Todo mundo quem? Não temos ninguém! A única que liga para este infeliz é sua mãe. Se ele desaparecesse ninguém notaria. Ele está por sobre a terra sem destino ou função. Passou anos a fio em uma escola, no qual ninguém gostava dele, opinavam, riam, criticavam... agora ele esta vendo o rumo da realidade. Ele quer mudar e nós o ajudaremos!
- E os outros??
- Na altura do campeonato a opinião dos outros é lixo! Esse infeliz passou e ainda passa o diabo ( com a mãe nos calcanhares), conta com a miséricordia de uns poucos. Cumpre todas as suas obrigações; estudou e estuda, socorre a mãe nas emergências, sorri para os falsos mas remoendo-se por dentro.....enfim ele está morrendo! Agora o acusam de ser frio, calculista e ignorante, mas quem? quem? olhou pra ele enquanto ele sofria a duras penas?
- Mas o que vão dizer dele?
- Sempre dizem! Esse é o problema das pessoas! Falar demais! Hoje ninguém agrada a niguém! Esta carcaça já foi rotulada por vezes, e numa confusão de adjetivos fomos ser dissecados em terapias! Nada que nos tenha feito mal, mas sempre voltamos no tempo, em acontecimentos ruins a pensar! Veja! Somos quase perfeitos! O mental e o fisico desta criatura estão esplêndidos! Não mata, não rouba, até uma mosca é incapaz de matar, anda por ai com uma cara de quem não está nem ai, e realmente não está mesmo!
- O Que quer dizer?
- Que ele só quer ser livre! Que daqui em diante vamos mudar! Aprenderemos a falar, a manter as opiniões, a responder (educadamente ou não). Ele sempre vai pelo caminho, alguém chega, alguém vai embora. Já está (já estamos) acostumados. Ninguém sabe o deserto, as esquinas por onde ele andou. Se nos julgarem, não perderemos o tempo olhando para a mediocridade de tais seres! Eles não são amigos, nem conhecidos.... simplesmente não tem o que fazer, além de tomar conta do que não é seu - a vida alheia.
 
E na conversa do pensamento a rebeldia deu a última palavra. O sujeito tornou-se convicto de que agora era livre,que aprendeu  a amar a si e que detestava os outros. Conservaria o amor, e a gratidão aos que lhe apoiavam em tudo, apostaria mais em si, pois estava confiante...

Há mais de um ano tinha renascido, e agora sentia a efetivação da palavra "Viver". Era visivel; algo nele mudou.

domingo, 9 de setembro de 2012